terça-feira, 9 de dezembro de 2014

QUARTO


Ela deixou a porta do quarto entreaberta de propósito. Queria saber o quanto eu estava interessado em procurá-la.
Olhava-se no espelho, mas sua atenção voltava-se para a entrada... Esperava ouvir o ranger das dobradiças.
Suavemente, deslizou uma alça do vestido. Sabia que eu já a observava. Entrei. Virei seu corpo com força e delicadeza. Olhei para seus olhos absurdamente misteriosos e senti o quente hálito vindo de sua boca delicada e sedutora, porém, não convidaria ou assentiria que eu a beijasse.
O beijo deveria ser tomado e sorvido. Aproveitado. Sem discussões.
Beijei-a.
Derrubei a outra alça e o vestido caiu levando consigo toda a sua resistência em se entregar. Seu corpo tremia de desejo e expectativa. Ela usava uma lingerie tão provocante quanto seu sorriso. Arranquei cada peça como se minha vida dependesse daquilo. Não havia desespero em minhas ações, mas uma urgência. Queria que tudo fosse palpável para ter a certeza da veracidade daquele momento. Precisava sentir o calor de sua pele, ouvir os sons do seu desejo.
Quando já estávamos sem roupa, pude me deslumbrar com cada recanto do seu corpo, com suas marcas, pelos, depressões, retas e curvas.
Ali, naquele instante, senti o tempo dilatar-se. Um tempo infinito se fez presente, nos envolvendo.
Beijei seu pescoço. Ela gemia baixinho...
Fincou delicadamente suas unhas em minhas costas e, às vezes, fazia os dedos passearem pelos meus cabelos. Minha respiração ofegante e a sua, confundiam-se.
Do pescoço, desci pelo colo, beijando, lambendo e mordendo. Me demorei em seus seios, sua barriga, até chegar em seu ventre... Ali, eu podia sentir seu sexo vibrar de tesão... De lá, eu poderia desbravar todo o seu corpo...
Suas pernas, irrequietas, abriam-se esperando por mim.
Entrei nela. Firme, forte, bruto!
A maré de movimentos dos nossos corpos, uma dança sem música, uma sede insaciável, uma escalada sobre o corpo do outro, a invisível muralha da individualidade desmoronando com a potência do outro... Gozamos.
O mundo com suas obrigações, agendas, compromissos, já não nos importava.

Éramos os únicos na Terra. Éramos uma multidão. Estávamos conectados.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

KIRIKU E A FEITICEIRA*

cena do filme "Kiriku e a Feiticeira".

A história começa ainda no ventre da mãe de Kiriku, quando este pede para nascer. Ao que a mãe responde que uma criança que, no ventre, pede para vir ao mundo, então, poderá fazê-lo sozinha. Ele nasce e, apesar de recém-nascido, o mesma já fala e informa que seu nome é Kiriku. Depois, ele pede para ser banhado e a mãe retruca dizendo que uma criança que consegue vir ao mundo só, também poderá banhar-se só. Ele parece não ver dificuldade nisso e, toma banho.
Com esses primeiros atos de independência e desenvoltura, percebemos que o pequeno herói não se abate diante de negativas e/ou obstáculos.
Logo em seguida, o curioso garoto questiona sobre as outras pessoas da família, inclusive o próprio pai. Sua mãe conta-lhe sobre as desgraças de sua aldeia causadas por uma bruxa chamada Karaba que secara a fonte que lhes provia água e devorou o seu pai junto com quase todos os outros homens da vila e que apenas o seu tio ainda estava vivo.
Mas neste mesmo instante, o tio se dirigia às terras da feiticeira para exigir o fim das maldades infligidas por ela. Kiriku corre até o tio e insiste em acompanhá-lo, mas ele não permite a presença do sobrinho. Aí, vem o primeiro momento de astúcia da criança [muitos outros virão]... O pequeno se esconde dentro de um chapéu para conseguir seguir viagem com o tio. Disfarçado no chapéu, Kiriku consegue salvá-lo de uma morte certa e engana Karaba, fazendo esta pensar que o chapéu era mágico. Quando percebe que foi enganada, a feiticeira envia seus autômatos à aldeia e exige todo ouro das mulheres.
Kiriku, mais uma vez, vai até os domínios da feiticeira, agora desejando conversar com ela e saber por que ela é tão má. Na verdade, ele se apresenta e exige dela uma resposta a respeito de seus atos malévolos. A bruxa sente-se ofendida e diz que, por tal impertinência, ele pagará caro. Mas ela vai esperar ele crescer um pouco mais.
Como vingança ao atrevimento do garotinho, Karaba tenta sequestrar todas as crianças da tribo que são salvas diversas vezes por ele.
Entre outros atos ele mostra resiliência quando não desiste das agruras infligidas pela feiticeira e decepções dentro da própria comunidade.
***
O roteiro de "Kiriku" foi criado a partir de uma lenda da África Ocidental. No entanto, não espere aqui a visão ocidentalizada da África. E sim, algo próximo do que pode ser o "real": cores; cenários; luz; personagens que figuram um tipo étnico; figurinos; a seminudez, que nada tem de agravante, principalmente aos olhos de uma criança; sons e a música.
E a música tem uma força muito grande na história. Diante de cada ato heroico do destemido garoto, vem uma canção enaltecendo seus feitos. Mas, diferente de outras animações, em "Kiriku e a Feiticeira" as cantigas feitas pelos aldeões se faz presente e viva tal qual como é a musicalidade dos povos do continente africano. Através de solfejos, batuques e danças, surge uma canção. É orgânico e pulsante. Impossível não cantarolar por algum tempo após o término do filme.
No entanto, mesmo com ele salvando a aldeia a todo instante, o intrépido garoto sofre com o constante preconceito por ser muito pequeno e até mesmo por ser muito esperto [o medo irracional do "diferente"?].
Kiriku nos dá uma lição de altruísmo, determinação e sensibilidade quando, mesmo sendo alvo de duras críticas por seu comportamento excêntrico [falar em tão tenra idade; andar agilmente; intuição e reflexão a respeito da Vida], não desiste de salvar todos da aldeia e de querer descobrir as motivações da feiticeira.
Em sua trajetória, ele não é movido pelo ódio e não vai atrás da feiticeira em busca de vingança e morte. Aliás, morte está longe de ser a solução para resolver os problemas nessa história - talvez por todos já sofrerem com as perdas de seus entes. Nem quando é colocado em situações extremas, parece ser considerada a possibilidade de matar o oponente [mesmo quando Kiriku enfrenta animais irracionais].
O desejo de salvar a todos inclui também salvar a feiticeira dela mesma, já que ele insiste em descobrir o que a torna má. E é movido por esse desejo que Kiriku - em mais um momento de astúcia, quando precisa despistar os guardas da feiticeira e chegar até a montanha que fica por trás da cabana de Karaba - sairá em busca dos conselhos de um sábio, seu avô, que, além de lhe contar como resolver os problemas com Karaba, lhe diz para aproveitar a sua infância enquanto ainda é criança e ser feliz por isso, e quando for adulto - em seu devido momento - também ser feliz.
Aliás, na cena em que encontra o avô, após receber seus conselhos, o jovem mostra que, apesar de toda bravura, está cansado de lutar sozinho e também tem fraquezas e medo, então, pede colo. Mas sem mantém firme em pensar sempre no coletivo em primeiro lugar.
Todas as ações de Kiriku são pensadas para o bem de todos. Ele é incansável em suas questões, sempre querendo saber o porquê das coisas, mas não apenas para saciar suas dúvidas, e sim, para encontrar meios de ajudar a todos.
A forte sensação da presença da oralidade provavelmente se dá pelo fato do filme ser baseado em uma lenda. Algo como, quando crianças, sentávamos para ouvir histórias contadas por nossos avós, aqui também levamos e guardamos algumas lições.
Um filme cativante, emocionante, engraçado e que nos faz olhar para uma criança e esperar bem mais que atitudes infantis, "Kiriku" nos mostra o quanto o desejo por mudança combinado com ações pode nos dar resultados nunca antes imaginados.




(*) TEXTO PUBLICADO NA REVISTA "FAMÍLIA CRISTÃ". EDIÇÃO NOVEMBRO/2013.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

POESIA

Eu prefiro a Poesia que rima.
Não que ela seja melhor que a outra
Mas, sei lá
Gosto da musicalidade que vai acontecendo
Enquanto recito a poesia rimada

E até me mostro chato
Com a outra Poesia

Basta empilhar
As
Palavras
Assim
Ou espalhá-las pelo espaço
Assim
[junto com um “colchete”
[ou dois]
E, pronto,
É Poesia.
Teimo em aceitar.
Mas ela continua sendo
Independente do meu querer.

Vai ver, é só despeito meu mesmo
Porque não sei escrever
Poesia
[a rimada e sequer a não-rimada

Pode ser também
Inveja dos poetas
Com suas musas
Seu jeito marginal
Ou galante
Sempre expressando
A dor
E o amor.


[Rimei]

sábado, 6 de setembro de 2014

SUICÍDIO

Do alto da ponte, vi os carros lá embaixo.
Parecia que vinham em minha direção.
Saltei.
Enquanto caía, compreendi: é imbecil morrer por amor.

domingo, 10 de agosto de 2014

UMA TOADA PARA O MEU PAI*


Quais formas um pai pode transmitir seus conhecimentos para o seu filho e externar todo o seu amor? Como fazer para ter êxito em uma tarefa tão complexa e que se estende por tanto anos?
Há aqueles pais ausentes por necessidade, que tem que prover o lar, mesmo que isso signifique, praticamente, não parar em casa. Há os que não percebem que estão sendo displicentes com o que mais importa e nunca param para olhar que tipo de exemplo estão dando. Ou, até mesmo os pais que carregam junto de si muito Amor, mas são de poucas palavras e não sabem como e nem quando falar.
Sem contar todas as outras dúvidas que surgem do momento que sabe que será pai até o fim de tudo.
Como acompanhar o crescimento dos filhos? Quais conselhos dar? Como deixar claro tudo o que sente por eles? O que verdadeiramente de valor ele vai deixar para suas crianças?
São tantas questões que o persegue durante a formação do filho que, acredito, é inevitável não perceber onde acerta e onde erra. É uma constante corda bamba da Vida.

Quando penso na minha relação com o meu pai, lembro que poucos foram os nossos momentos de "conversa" entre pai e filho. As lições que aprendi dele, geralmente, foram mais com suas atitudes do que com seu discurso. Não que ele não me aconselhasse, mas sempre foi um homem de poucas palavras [e, também, era do tipo que trabalhava muito e mal parava em casa]. Porém, suas ações [positivas, austeras, honestas], essas sim, eram exemplos fortíssimos. E sempre foram fonte de inspiração para o tipo de pessoa que eu queria me tornar. Ele era um modelo a seguir.
No entanto, Amor, cuidado, carinho, foram-me ensinados de outra forma: Através de canções.
Não músicas com lição de moral e etc. Apenas músicas. Na verdade, não eram nem as canções em si, mas todo o processo que se dava para ouvi-las:
Nós deitávamos na rede, então, ele começava a cantar músicas bem antigas. Em sua maioria eram hinos religiosos, principalmente, exaltando Nossa Senhora. Aí, ele deixava de ser o homem de poucas palavras e falava muito. Ou melhor, cantava muito... Muitas e muitas músicas. Por vezes, o repertório era repetido, mas isso não me incomodava. Aliás, eu até tinha minhas músicas preferidas e pedia que cantasse novamente só para demorar mais tempo aquela ocasião...
E assim era o nosso momento "pai e filho". Sem conversa. Apenas deitados, a rede balançando e meu pai cantando. Era dessa forma que passávamos o nosso tempo juntos.
Ali, se encontrava todo o carinho do mundo e, mesmo que ele não dissesse que me amava, demonstrava claramente.
Isso também acontecia quando eu estava doente. Tinha um efeito reconfortante ouvi-lo cantar para mim.
Por sinal, há uma coisa que não muda: ainda hoje quando me sinto triste, tenho vontade de pedir a ele para deitarmos na rede e que cante algo para que eu encontre o conforto que preciso.
O Amor tem dessas. Por mais que estejamos acostumados a declarações verbalizadas de sentimentos, ele, o Amor, pode fazer-se presente em pequenas ações. Seja uma música para ninar, um cafuné despretensioso ou um breve momento de brincadeira.

Acredito que o seu propósito de ser o melhor pai que podia foi alcançado com êxito. Eu e meus irmãos nos orgulhamos dele. E já posso ver em um dos meus irmãos - que tem dois filhos - repetirem-se os passos do meu velho.
Meu pai, sem compreender a dimensão de tudo aquilo, se fazia presente em nossas Vidas e, muito além de um eco dele mesmo, tínhamos vibrando em nós o seu Amor. Mais do que uma continuidade de sua carga genética, nós, seus filhos, nos tornávamos um ser melhor e único.

Ser Pai é tarefa exigente. E nem sempre tão reconhecida quanto ser Mãe. Mas um bom Pai está sempre ali, guiando, ensinando e apontando o melhores caminhos. O Pai se esforça para que a Vida seja leve sobre os ombros de seus filhos.
Como a Vida não é estática, ao contrário, ela é dinâmica e pulsante, às vezes, os filhos escolhem caminhos que um pai não aconselharia. Falham, são tomados pelo orgulho, mas, assim como o "Filho Pródigo", precisam viver a experiência do erro por eles mesmos para reconhecerem a sabedoria que, em determinado momento da Vida teimam em rejeitar.
Aí, por mais que queiramos não seguir os conselhos e exemplos, por mais que queiramos não ser uma cópia de nossos pais, mais adiante, percebemos que, na verdade, só tememos não sermos tão bons quanto eles.
Porém, inevitavelmente, isso será posto a prova, pois há aquele momento amedrontador que é quando o filho se torna pai de seu próprio pai.
O homem outrora firme e "indestrutível" faz-se frágil diante do filho.
Aquele que, te carregou nos braços, precisará dos seus braços para andar. Passos lentos substituindo o lugar dos passos firmes. Parece que está em uma constante batalha contra o vento, e este, insiste em vencer.
A partir de então, as tarefas mais simples serão os maiores desafios para aquele corpo cansado. Todo o cuidado que ele teve com o filho, agora, o filho terá com ele.
Provavelmente aí, apesar da dor, seja o momento de maior comunhão entre Pai e Filho. Se entendem como um só. Como Pai.

Ainda estou longe de me tornar pai de meu pai e, confesso, temo não cumprir com louvor esse ofício. Não sei se conseguirei ser uma fortaleza para ele, assim como ele foi para mim. No entanto, guardo comigo todas as canções partilhadas por ele. E me esforçarei para dar-lhe conforto e música.
Afinal, "É um bom tipo, o meu velho..."



(*) TEXTO ESCRITO PARA A REVISTA "FAMÍLIA CRISTÃ". EDIÇÃO DE AGOSTO DE 2014.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

TRÁGICA PERIÓDICA VIDA

Hélio perdeu o Oxigênio
Quando Berílio lhe disse:
"Germânio, o mais belo do reino,
Tem um coração de Titânio,
É incapaz de amar"

Ele,
Filho de Polônio,
Não aguentou o seu destino
Querendo fugir da dor
Subiu o monte Selênio
Bebeu todo Arsênio
Não queria viver sem amor.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

PIADA VELHA

Uma das primeiras lições que minha mãe me ensinou – direta ou indiretamente – foi: “Ria de você mesmo antes que outra pessoa faça isso”. Não necessariamente com essas palavras, mas com essa ideia.
E, desde que eu me entendo por gente [e a entendo por Mãe], percebo que é algo que ela faz bem. Se tropeça, faz uma graça e ri. Das suas dores, faz piada. Sobre seu peso, piada. E por aí vai...
Com isso, aprendi que, se eu me antecipava a rir de alguma coisa que acontecia comigo, desencorajava qualquer outra pessoa a debochar de mim. Assim, consegui fugir da maioria dos bullies [na minha época, não era chamado assim, chamávamos de “menino arengueiro”. rs].
Por qualquer coisa, seja um tropeço, cair da cadeira, um furo na roupa... Antes da pessoa apontar o dedo pra mim, eu já estava rindo [e alto! Quem me conhece sabe o quanto meu riso – gargalhada – é alto]. Daí, logo perdia a graça para os outros. Era piada velha.
Tento ser assim até hoje.

Pensando nisso, há algo que vem me intrigando por esses dias. Ao assistir ao novo programa do Marcelo Adnet, “Tá no Ar: a TV na TV”, vi que, às vezes, entre um esquete e outro, aparece o próprio caracterizado como um “militante-clichê” [perdoem-me se a definição é errônea, mas foi a que me veio à mente], utilizando um sotaque típico de algumas cidades do Nordeste [confesso, não captei a referência] falando mal do esquete outrora apresentado e colocando toda a culpa na Globo [emissora exibidora do programa] e com um discurso intencionalmente “surrado” sobre tudo o que a mesma faz de errado. Sobre manipulação e afins.
O estranho é que é aquele texto que conhecemos, às vezes, passamos adiante, e que todos sabemos que não está exatamente errado.
E de tando o personagem [ou o próprio artista?] fazer troça da Globo, a sensação que dá é que toda e qualquer acusação feita por outra pessoa perderá força, pois ela [a contratante] já utilizou dessa artimanha para invalidá-la.

Não se pode negar o talento do artista e sua influência, pois o mesmo cria algumas coisas engraçadas e construídas de modo inteligente, mas lembrando que, agora, trabalha para o maior grupo de comunicação do país e dentro do programa fala mal da empresa que o paga, não consigo deixar de lembrar da lição de minha mãe.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LIBERDADE

Naquela manhã ele acordou decidido. Tinha firme a convicção de que não deixaria que as próximas vinte e quatro horas fossem parecidas com os vinte e quatro anos passados.
Levantou-se. Arriscou uns passos de dança da cama até o banheiro e solfejava uma canção de infância – sua preferida – para acompanhar.
Banhou-se. Olhou-se no espelho e lembrou que não precisava tirar a enorme barba. Não devia satisfação a mais ninguém.
Ao ligar o carro, sentiu uma crescente excitação pelo que estava por vir.
Resolveu andar com os vidros abaixados para sentir o vento, ouvir os sons da cidade e poder despedir-se dela.
Aproximava-se da rua que deveria entrar para chegar ao escritório, o coração batia mais rápido, sentiu a boca seca. Quando passou direto por ela, a rua, soltou uma gargalhada que há muito não ouvia. Gostava da própria gargalhada. Então, gargalhou novamente.
O carro seguia por aquela via que levaria à avenida que desembocaria na autoestrada que o faria sair da cidade.

A ele, pouco importava aonde iria chegar, pois sabia que a sua Vida deveria ser vivida durante o caminho e não no destino final.