terça-feira, 24 de setembro de 2013

SORTE NA MANEIRA DE PISAR!

Com os pés sensíveis, tenho dificuldade em pisar com firmeza. A firmeza dos que sabem aonde vão.
Pés alvos, sem marcas, machucados ou “rachaduras”... O que me faz perceber que tenho muito para andar e aprender. Pois essas marcas – que não tenho – mostram o quanto um pé “viveu”. Um pé que subiu e desceu ladeiras, correu pelas campinas e praias, sofreu com calçados apertados, sentindo dores terríveis, mas suportou até que lhe tirasse o calçado algoz e gozou a liberdade tão sonhada.
É um pé que descobriu o quanto a vida é dura, que sabe que para aprender é necessário se jogar no desconhecido, e se dobrar diante de situações complicadas, porém, jamais se jogar por terra e desistir.
Por não saber pisar, sofro com os obstáculos que me são impostos, refugio-me nos braços de meu pai e peço que me carregue pelo caminho pedregoso (e tortuoso) da vida, atrasando assim, meu aprendizado na maneira de pisar.
Procurando incansavelmente por um modo certo de pisar, o meu modo, vejo que não sou o único, pois basta olhar para o lado e percebo que muitas outras pessoas estão nessa busca árdua, onde pisar firme é necessário.
Mas vou seguir o caminho que meus pés escolherem, desbravando lugares que nunca imaginei pisar, encarando o mundo e a vida.Vou acostumá-los com todos os tipos de terreno, a conviver com os calos, os cortes e perfurações.

Mas, ao final da jornada, os colocarei em água morna para que relaxem e finalmente possam descansar sabendo que viveram tudo o que um pé precisa viver.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

AMOR GRANDE

- Você me ama?
- Sim.
- Quanto?
- Quanto o quê?
- Quanto você me ama, ora!
- Oxe!! E tem que medir, é?
- Tem.
- Desde quando?
- Não sei. Mas eu quero saber o quanto você me ama.
- Pergunta doida... Te amo muito. Pronto!
- Muito, quanto?
- Essa conversa ‘tá me aborrecendo.
- ‘Tá vendo? Você não me ama mais.
- Mas é claro que eu amo.
- Quanto?
- Te amo grande, bem grande! [Assim, ó.]
- Eu sabia!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

PRA SEMPRE

- Me deu uma vontade...
- De quê?
- De te amar pra sempre.
- Hum...
- Como assim, “hum”?
- Ah, sei lá. Não quero, eu acho.
- Não quer que eu te ame pra sempre?
- É. Quer dizer, não quero que diga isso.
- Por quê?
- Ah, sei lá.
- “Ah, sei lá. Ah, sei lá”. Diz outra coisa, seu lerdo.
- Calma, moço. ‘Tá nervoso, hein?
- ‘Tou sim. Eu aqui todo romântico, e tu aí, todo indiferente.
- Epa! Indiferente, não. Apenas não gosto de juras de amor eterno. Prefiro que você me ame hoje, com todo amor que tiver.
- E amanhã?
- Amanhã a gente vê. Deixa chegar lá, pra gente ver no que vai dar. Se você ainda estiver me amando, ótimo!
- E se não estiver?
- Aí, cada um segue seu caminho.
- Nossa, pensei que você fosse se preocupar mais. Que sofreria até.
- E quem disse que não?
- E precisa? ‘Tá aí todo indiferente.
- Já disse, não ‘tou indiferente, só não gosto de juras eternas. Eu sei que você 'tá tentando ser romântico, mas seja romântico hoje. É o que nós temos, o hoje.
- Coração gelado.
- Não, só não quero me iludir.
- Quer dizer que quer me deixar?
- Não falei isso. Deixa de bobagens e vem pra cá, vem. Vem me amar pra sempre, hoje.
- Posso?
- Claro! Eu quero te amar pra sempre, agora.
- Assim também é bom.
- Claro que é! Vem, seu bobo.
- Chato.
- Por quê?
- Porque você consegue me fazer sentir como um garoto inseguro e ainda consegue ser mais romântico que eu, “quero te amar pra sempre, agora”. heheheh...
- Vem deitar, vem.
- Vou.

E se amaram pra sempre, naquela noite.