EM
"CHICO BENTO - ARVORADA" (título com duplo sentido, pois refere-se à
alvorada (crepúsculo) - no jeito caipira de pronunciar -, e arvorada
(arborizar)), a efemeridade é a essência dessa graphic. É o que conduz a
história. Tudo é efêmero. Seja a alegria ou a tristeza.
Após
perder a flora do ipê daquele ano, Chico é advertido por sua avó sobre a
efemeridade das coisas. Com essa lição, o garoto aprende a olhar com mais
cuidado para tudo ao seu redor. Passa a aproveitar cada momento seja de lazer
ou seja trabalhando na roça como algo único de prazer e de aprendizado.
Mesmo
aproveitando cada instante, ele não vê a hora de chegar a próxima arvorada do
ipê, para apreciar tal espetáculo da Natureza acompanhado da Vó Dita. Porém, quando
o momento chega, vó Dita adoece e o médico prepara a família para o pior.
Agora, naquele momento que pode ser o último com sua avó, Chico anseia pela
alvorada, pois acredita que o novo dia que está para nascer será diferente.
Enfrentando
a possibilidade de uma nova perda (há uma referência à história clássica da
morte de Mariana, a irmãzinha de Chico), Chico segue sempre colocando em
prática tudo o que aprendeu com vó Dita.
E,
depois, enfrentando até o sobrenatural, o garoto só deseja que a sua vó melhore
e fará o que estiver ao seu alcance para protegê-la.
Como não
poderia deixar de ser nas histórias do Chico, a família é o ponto de partida e
de chegada.
Difícil
apontar uma única página/diálogo preferida(o). A primeira vez que li, estava
dentro do ônibus e não consegui conter as lágrimas, chorei ali mesmo. E chorei
novamente nas duas vezes que reli.
Sidney_gusman
acertou mais uma vez na indicação do artista que criaria essa incrível graphic
novel MSP. Desenhada e escrita por Orlandeli, ARVORADA nos apresenta um drama
denso, delicado, belo e emocionante.
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