domingo, 31 de maio de 2015

CARTA À RUTH ROCHA*


Sra. Ruth Rocha,


Venho por meio desta, não tentar convencê-la que “Harry Potter” É Literatura, mas sim, partilhar o quanto é prazeroso a leitura da série em questão [e pode ser para a senhora também!].
No mundo em que vivemos, estamos sempre presos à correria do dia a dia, e sem tempo para se dedicar a uma qualidade de vida saudável. Não nos resta mais assunto interessante para dialogarmos em casa, pois tudo o que vemos é violência, miséria, dor, fome, guerras e a tal da “corrupção”. Somos inundados, e até mesmo, invadidos, por tanta coisa ruim que nos tornamos pessoas "duras".
Aí, a senhora poderá me perguntar, "E o que Harry Potter tem a ver com isso?", e eu lhe respondo: Tudo!!
Estamos falando de um dos maiores fenômenos literários dos últimos tempos. Escapismo, sim! Mas não menos qualificado do que outras obras.
Uma história na qual nos é apresentado a figura do mal em um dos seus piores aspectos. Porém, é claramente exaltado valores como: Amizade; Lealdade; Amor; Família; Honra; entre tantos outros. Além do mais, é o tipo de Literatura que funciona para todas as idades! Ou seja, não só os jovens leem, mas o seus pais também. Olha só que genial!! Uma época na qual os filhos cada vez mais se distanciam dos pais, e os pais não sabem como se aproximar dos filhos, eles [os pais] têm a chance de compreender por que suas crianças são tão fascinadas por esse “mundo mágico” e terão um assunto a mais para conversar com elas.
Acho também que a senhora poderia/deveria rever sua posição em relação a classificar isso ou aquilo como Literatura ou não. Pois me parece que há uma confusão [e fusão] entre o gosto pessoal [nada mais natural não gostar de algo] e o peso da sua opinião como escritora e formadora de leitores.
Quero salientar que, não estou aqui com o propósito de catequizar ninguém, mas sim, de partilhar a opinião de alguém que ama a Literatura desde sempre, que já leu Clássicos Nacionais e Internacionais, porém, não se priva de experimentar coisas novas e não tão formais. No entanto, entendo que o mais importante seja se jogar e experienciar o fantástico mundo da leitura [inclusive, li muitos livros seus e os ADORO!].
E o mais importante, poder viajar por um mundo fantástico, cujo meio de transporte é o Livro.


Sem mais, subscrevo-me,



Danilo Maia


sexta-feira, 29 de maio de 2015

VALKIRIA


Senti sua mão – bem leve – na minha coxa. E eu fingi que dormia.
De repente, sua respiração ficou mais forte e seu hálito quente na minha nuca me deixou toda arrepiada.
Você, sentindo meu arrepio, me tocou com mais firmeza! Por mais que fosse impossível fingir estar dormindo, continuei parada e deixei você na condução do meu prazer.
Me tocando com suas mãos quentes, me virou e, beijando meu pescoço foi subindo até chegar à minha boca. Você sabe como aguçar todos os meus sentidos.
Quando se aproxima dos meus lábios, me beija com vontade e os morde! A sua língua encontra a minha, e então, elas se tornam duas serpentes, se enrolando e inoculando uma na outra o veneno da paixão!
Desliza a mão pelo meu corpo todo, me acariciando, enquanto eu, com as minhas mãos, as enrosco nos cabelos da sua nuca.
Minha camisola, leve e solta, sobe e desce conforme sua mão passeia em mim. E numa dessas, sua mão sobe muito mais que antes até chegar aos meus seios.
Quando sentiu os biquinhos endurecidos eu sei que a vontade é de parar de me beijar e vir se deliciar neles. Não demora e sua boca suga meus seios e os mordisca, me causando um misto de prazer e dor.
Meu tesão aumenta e começo a esfregar minhas pernas nas suas, enquanto você vai arrancando a minha camisola.
Minha mão vai descendo da sua nuca até chegar ao seu pau. Ao senti-lo duro, minha calcinha molha instantaneamente.
Você coloca a mão na minha boceta e a sente molhada. Isso faz você ofegar e sorrir de satisfação.
Não aguentando mais, empurro você contra a cama e monto. Nossos corpos ficam febris de paixão e suados de desejo. O seu pau em riste, dentro e fundo, me faz estremecer e faz de mim o seu estandarte. Minha boceta se torna o arauto do nosso gozo. Gemidos, arranhões, mordidas, suspiros, os nossos sexos estão encharcados de desejo e o nosso movimento alucinante nos dá a visão do orgasmo que está por vir.
Cavalgo, cavalgo, cavalgo, cavalgo loucamente... Sou uma amazona...

E, juntos, chegaremos no Valhalla.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

segunda-feira, 4 de maio de 2015

E SE...?*

- E se...? – falou alto, com a voz rouca de quem acabara de acordar.

Esse sempre era o seu primeiro pensamento do dia. Mal abria os olhos e vinha uma cascata de dúvidas desabar sobre ele.

E se tivesse tomado qualquer outro caminho que não os que o trouxeram até ali?

E se tivesse escolhido a Pílula Azul? Viveria hoje em uma casa igual a cem outras, com um balanço na árvore e uma cerca branca de madeira?

E se tivesse dito “não!” ao convite daquela moça? Teria sofrido menos depois? Teria amado mais, outra pessoa?

E se tivesse fugido da sua cidade natal? Encontrar-se-ia em uma Vida de bem-
aventuranças agora ou estaria em outro beco sem saída?

E se desistir da Vida agora? Por quanto tempo sofrerão por ele? Será se sofrerão?

E se, do jeito que está, na verdade, já desistiu da Vida? E, anestesiado, estagnado, vive um falso-viver?

E se? E se? E se? E se? - repica o sino das suas culpas.

- E se...? – fala mais uma vez, mas apenas sussurrando, puxa o cobertor pra si e dorme um sono profundo.



(*) TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO SITE "VEM-VÉRTEBRAS".