Ela
deixou a porta do quarto entreaberta de propósito. Queria saber o quanto eu
estava interessado em procurá-la.
Olhava-se no espelho, mas sua atenção
voltava-se para a entrada... Esperava
ouvir o ranger das dobradiças.
Suavemente,
deslizou uma alça do vestido. Sabia que eu já a observava. Entrei. Virei seu
corpo com força e delicadeza. Olhei para seus olhos absurdamente misteriosos e
senti o quente hálito vindo de sua boca delicada e sedutora, porém, não convidaria ou assentiria que eu a beijasse.
O beijo
deveria ser tomado e sorvido. Aproveitado. Sem discussões.
Beijei-a.
Derrubei
a outra alça e o vestido caiu levando consigo toda a sua resistência em se
entregar. Seu corpo tremia de desejo e expectativa. Ela usava uma lingerie tão
provocante quanto seu sorriso. Arranquei cada peça como se minha vida
dependesse daquilo. Não havia desespero em minhas ações, mas uma urgência.
Queria que tudo fosse palpável para ter a certeza da veracidade daquele
momento. Precisava sentir o calor de sua pele, ouvir os sons do seu desejo.
Quando
já estávamos sem roupa, pude me deslumbrar com cada recanto do seu corpo, com suas
marcas, pelos, depressões, retas e curvas.
Ali,
naquele instante, senti o tempo dilatar-se. Um tempo infinito se fez presente,
nos envolvendo.
Beijei
seu pescoço. Ela gemia baixinho...
Fincou
delicadamente suas unhas em minhas costas e, às vezes, fazia os dedos passearem
pelos meus cabelos. Minha respiração ofegante e a sua, confundiam-se.
Do
pescoço, desci pelo colo, beijando, lambendo e mordendo. Me demorei em seus
seios, sua barriga, até chegar em seu ventre... Ali, eu podia sentir seu sexo
vibrar de tesão... De lá, eu poderia desbravar todo o seu corpo...
Suas
pernas, irrequietas, abriam-se esperando por mim.
Entrei
nela. Firme, forte, bruto!
A maré
de movimentos dos nossos corpos, uma dança sem música, uma sede insaciável, uma
escalada sobre o corpo do outro, a invisível muralha da individualidade
desmoronando com a potência do outro... Gozamos.
O mundo
com suas obrigações, agendas, compromissos, já não nos importava.
Éramos
os únicos na Terra. Éramos uma multidão. Estávamos conectados.